SIX - Poca, o Andy Irons do GAS

Polêmico, pavio curto e é chamado por muitos de Andy Irons do GAS. Este cara começou a surfar quando se usava fios de roving ao lado da longarina. Nesta época era freqüentador assíduo dos cantos de Itaguaré e Riviera. Nessas ondas moldou seu surfe para ser rápido e leve. Peca um pouco na falta de bons equipamentos, mas compensa isso com uma disposição incomum. Venceu logo de cara no Circuito GAS, mas vacilou na segunda e deixou escapar o topo do ranking. Eu estou falando de Filipe Zampetti, irmão do shaper Fabiano Zampetti e mais conhecido como Poca.


Você talvez seja o surfista mais experiente do Tour 2009. Isso vem para ajudar nas baterias, ou acaba colocando uma pressão em você mesmo, já que surfa há mais tempo que a maioria?

Pô cara, pra te falar a verdade nunca pensei nisso... Eu surfo pra mim, para me satisfazer, então os resultados são a conseqüência. Mas ando treinando pouco, acho que poderia ter resultados melhores.

Logo de cara você mostrou que estava ali pra ficar no topo. O Juiz residente Guilherme Duca sempre apontou você como um potencial Top 3. Como você explica a sua primeira vitória? Foi a prancha, estratégia ou as condições te favoreceram?

No dia da competição percebi que as condições não estavam favoráveis para desenvolver um bom surfe. Então acabei usando pranchas de outros competidores, como do amazonense Douglas e do Rafael Janjolão, pois suas pranchas tinham bastante flutuação e remada para aquele tipo de mar. Apostei nas pranchas de remada e me dei bem nas merrecas de Boracéia. Minha única estratégia para aquele tipo de mar foi, pegar um numero maior de onda para pontuar, pois as condições do mar estavam ruins.

Falando nesta final, rolam nos bastidores que você e o Denis (o outro finalista) eram muito próximos e agora não são mais os melhores amigos. Esta vitória sobre ele, vindo da Austrália como um dos favoritos, tem um gosto diferente?

Não, nenhum. Pois tenho grande respeito pelo chinês e sei que ele tem potencial para levar o titulo. Prefiro perder para ele que fez um grande investimento para desenvolver um bom surfe na Austrália, do que perder para um novato no circuito que mal fica de pé na prancha, como por exemplo, o Barba, risos.


Após a grande rivalidade entre o queridinho Kelly Slater e o anti-herói Andy Irons a mídia ficou sem uma disputa tão acirrada. Você acha que você e o Denis vêm para suprir esta rivalidade necessária para a evolução do esporte?

Não. Não acho que venha ser uma grande rivalidade, pois temos outros competidores de grande nível no circuito, como o Thomas (Turbando) que fez uma boa atuação na ultima etapa; Rafael Janjola que ainda não se acertou com as ondas, mas tem um bom surfe; Barba que mostrou mais linha de surfe na ultima etapa do que na primeira; e o próprio vietinamita Denis, que mostrou ter um surfe mais consistente que os demais. Ou seja, acho que ainda vai ter muita briga nesse circuito até o final.

Podemos esperar uma recuperação na próxima etapa, já que a onda é bem parecida com o canto de Riviera, onde você praticamente aprendeu a surfar?

Com certeza. Embora eu não tenha tido um surfe consistente, surfarei com a minha própria prancha nessa etapa e treinarei para isso. Na ultima etapa (barra do Una) as ondas estavam com um tamanho bom, porem a formação estava estranha, muito backwash no momento do drop, e eu surfei com uma prancha com a qual não me adaptei, mas acredito que nas próximas etapas me adaptarei melhor.

Aponte os três melhores surfistas do GAS e por quê?

Rodrigo Nordes, Chassizinho 12 anos e Nardy pela perseverança... Brincadeira....
Thomas, pela sua surpresa da ultima etapa. Chinês, por manter o mesmo ritmo da anterior. Barba por mostrar que ainda esta no campeonato e acertando boas manobras, e ainda apontaria Rafael Janjola, que só faltou um pouquinho de sorte com as ondas.